sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Confidências II

Mãos Atadas
Tenho as mãos atadas ao redor do meu pescoço
Eu queria mesmo era tocar seu corpo
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos, e depois?
Depois toco meu corpo, eu tenho frio
Sou um louco amargurado e até vazio
E me chamam atenção
Mas eu sou louco é de paixão, e você?
Você que me retire desse poço
Eu sei ainda sou moço pra viver
E te ver assim tão crua
A verdade é toda nua
E ninguém vê
Eu tenho as mãos atadas sem ação
E um coração maior que eu para doar
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos sem querer.
Eu quero é me livrar
Voar
Sumir
Perder, não sei, não sei querer mais
A qualquer hora é sempre agora, chora
Quero cantar você
Vou fazer uma canção, liberte o meu pensar
Aperte os cintos pra pousar
Agora é hora de dizer muito prazer,
sorte ou azar e amar
Simplesmente amar você.

(Simone Saback
Interpretação Zélia Duncan e Frejat)



Mentes que trabalham na escuridão da consciência e entre as teias do pecado nos condena ao erro de cobiçar o corpo, o gosto, o sentido, a malícia, dentro desse palco Elisabetano, fazemos a recepção do ego preso as vulgaridades carnais dos aromas luxuriosos do sexo exposto na adrenalina dos momentos na mente sagas por leviano prazer.

A prisão ganha à liberdade no exato momento que alimento minha carne adormecida na ânsia por gozo e satisfação, percebo que todo esse combate é uma luta perdida, porque cada imagem se torna palpável, percebo sua presença ao meu lado a segurar as minhas mãos ferozmente sucumbindo minha alma com seus lábios percorrendo minha pele, deixando todo o meu sistema nervoso agitado, os pelos todos se mechem, a vibração quente do meu corpo entregue nessa fantasia inebriante como uma jóia rara que deve ser manuseada com brutalidade delicada a fim entregar o brilho perfeito e sedutor.

Minha pobre percepção comprometida com as velozes asas da imaginação, sinto você me possuir de uma forma indevida, outrora desejada com sede do sabor peculiar e inesgotável do sexual romance que iniciamos ao cruzar os olhares, permitindo que eles dialogassem sobre a falta de pudor que escondemos dos que nos cercam.

A idéia que passamos no olhar se torna verdade e ação em nossas mentes, cometemos o crime da formicação ao deleite, um com o corpo do outro, transladamos sentidos em fatos, sua mão me toca, começo a descontrolada arritmia que me faz perder o fôlego, onde meu corpo responde as suas caricias dizendo:

" quero ser seu, me tenha em você, encaixe em mim de forma quente, forte e alucinante..."

De olhos fechados começo a recitar as doces palavras de amor que ensurdeci minha razão, as palavras se tornam confusas e apenas quero o atrito da sua pele contra minha exalando os valores levianos desse ato carnal.

Chego ao apogeu em teus braços trêmulos, onde aos poucos começo a controlar os gazes que invadem meus pulmões e isso me faz perceber que apenas sonhei estar entre suas pernas, sou acometido de uma dor maravilhosa que ainda me faz enxergar tudo como real, fico a debulhar apenas as sensações.

A opressão que me condena é agora perceber que estou de mãos atadas em uma verdade, sou um louco que vive de prazeres criativos de crimes cometidos na alma pôr venerar os filhos de Dionísio e todos os seus talentos.

Ralho com a minha hipócrita ambição de santidade e integridade pudica que apenas serve para me reprimir aos obscuros segredos da psique, enlevos que de beatices fazem condenar o que realmente sinto, julgando todos os corajosos atuantes em sentirem donos de vontades verdadeiras.

Covardia não ter as palavras na boca no exato momento que desejo você em vivo carnaval dos obséquios oferecidos na mente insana e púbere que floresce ao seu lado nos momentos mais inusitados possíveis, o remorso de não fazer da liberdade uma possibilidade de culpa ao sentir sem medo esse prazer que poucos podem sentir.

Invade-me o medo de confundir sua cabeça, enlouquecer seus pensamentos, te fazer cúmplice das diabólicas ações refletidas no meu birô seccional, e as vítimas dessa absurda aliteração dos tantos julgamentos que serei o réu difamado pelo inquisidor que me dirá culpado de atos ilícitos e perniciosos.

Confesso ser amador.
Seja você a verdade também para si mesmo.

4 comentários:

  1. Obg pela visita e comentário...adorei aqui, voltarei depois com calma! Bj*

    ResponderExcluir
  2. Obrigada pela visita e comentário [2]
    Interessante o blog, inteligente a forma que você coloca tudo que quer expressar, sejam sentimentos, sensações, desejos..

    Parabéns mesmo.. Beijo :*

    ResponderExcluir
  3. Nossa, quanta intensidade, quanta testosterona rs, adorei o poema e suas considerações, até mais, concordo! Grato pelos coments, bjuu!

    ResponderExcluir
  4. Oi Walter, tudo bem?
    Menino, super intenso. Adorei, rs
    Por nada, digo o mesmo pra vc menino, rs
    Abraços

    ResponderExcluir