domingo, 8 de agosto de 2010

Carne


Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte

Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema

Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia

O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos     

Amor é cristão  
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom...
Amor é do bem...

Amor sem sexo,
É amizade
Sexo sem amor,
É vontade

Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes,
Amor depois

Sexo vem dos outros,
E vai embora
Amor vem de nós,
E demora

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é isso,
Sexo é aquilo
E coisa e tal...
E tal e coisa...

As palavras me levam a sentir os bel-prazeres recorrentes dos segredos que trazemos em uma consciência subumana, onde arde à carne e a efêmera razão que é carregada dos afetos vividos dentro do romance amoroso, tendenciados pela obrigação de entender o que fazer não apenas com a mente, mas com esse corpo esvaído de sentidos necessários para viver o deleite sexual.

Estamos a todo tempo limitados dentro da prisão que trazemos na mente, dentro desse subconsciente, lacrados com algozes dessa sociedade problemática, racista e preconceituosa, onde a luta faz com que todo grande romance, resultante de dor e muito sangue, acaba por se tornar livro, história e até obras como as de Shekespeare.
Atuamos em nossas vidas de acordo com os sentidos abalados, afetuosamente pela pele que se torna cada vez mais sensível, o momento em que deixamos de apenas sentir com o coração e os impulsos carnais se tornam impetuosos e cada vez mais afetados, aprendemos a nos conter e entender que a verdade está ligada a necessidade física que deixamos escapar algumas vezes, quando os nossos olhos se encontram com aquele ser que de uma forma inexplicável  parece conversar com os nossos desejos mais íntimos e por um curto espaço de tempo quase nos rendemos aos deleites que nossos órgãos pedem.

Diferente da vontade explosiva que se extingue com o decorrer do tempo, experimentou de uma forma natural e instantânea, fica a sensação do vazio, aquele que nos persegue de uma forma abrasadora, apegados pelos anseios de compartilhar com aquela pessoa que programamos passar o resto de nossas vidas, caímos na realidade de perceber que isso é uma questão de sorte.

A humanidade em si busca desesperadamente equilibrar o que no fundo deveria ser um conjunto, isso significa que por mais distintos que sejam os sentidos dessas duas palavras em algum momento elas irão se encontrar e formar assim uma corrente perfeita do que seria a família. O que não impede de ainda assim terem diferentes aspectos diante dos anseios carnais.

Sinto em meu peito o arder da carne e a necessidade exacerbada de carinho, afeto e atenção.

Divido com todos, minha mente viaja nessa canção por dois caminhos que em algum momento se encontrm com paixão, onde o corpo se rebela com a alma e tudo se torna navalha, rosas, sangue, perfume, álcool, doce, beijo, carinho, suor, soar, malicia, inocência, maldade e a extrema e boa sensação de prazer conquistado.

Meus olhos revelam o que minha mente sente e o que meu corpo pede, o afeto que está dentro de mim consegue fazer com o que a carne se torne cada dia mais saboroso, onde a veleidade de possuir e ser possuído torna-se absolutamente irresistível e saciável.

É nesse momento intimo e divisível onde concordo que o divino e o animal podem está totalmente ligados, levar ao céu sendo firme forte e desejoso, sentir o toque da pele, as mãos puxando contra o corpo e a brutalidade do amor nos faz chegar ao momento perfeito do amor e alcançar o absoluto paraíso do néctar divino.

Aqueles que conseguem unir o sexo com o amor.
Um forte abraço.

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